terça-feira, 26 de maio de 2009

Os Sonhadores


Os sonhadores - O filme de Bertolucci é uma representação e também reflexão em um mundo adolescente misturado com ares de criança. Os irmãos Isabelle e Theo se encontram sozinhos em Paris em um período em que seus pais saem de férias e convidam um jovem americano, Matthew, para fazer-lhes companhia. Dentro do apartamento, os jovens criam suas próprias regras e desfrutam/ e as obedecem entre si. Fora do núcleo em que as regras seguem os ideais dos adolescentes, segue o cenário da política francesa de 1968, quando muitos outros jovens faziam seus ideais virarem protestos nas ruas de Paris com a Revolução Estudantil.

De volta ao mundo fechado, entre paredes, os três jovens se testam para ver o quanto cada um pode suportar as regras estabelecidas por eles próprios. Das regras o que chama atenção é o tema central “o próprio cinema”; os jovens fazem encenações e a regra do jogo era descobrir “qual é o filme?”. E também a paixão humana, discussões intelectuais e a política faziam parte das adivinhações do jogo, onde as regras deixam-os viver diferentes emoções e deixa o pensamento sexual tomar conta e passa por cima da criança que cada um ainda tem. O que parece um tipo de pornografia juvenil indica a descoberta, a reflexão, a idéia de regras, coloca o conhecimento e experiência lado a lado; a idéia de mostrar os desejos e aspirações humanas mistura (também) paixão pelo ideal político, pelos filmes (cinema) e a paixão que provém da sexualidade.

A maneira chocante com que Bertolucci aborda o conhecimento das novas experiências e também a convivência dos irmãos deixa claro a idéia de metades complementares de Isabelle e Theo.

De um modo geral, o filme traz não só a Revolução Estudantil, retrospectiva de filmes clássicos, pornografia sem sentido e sim os desejos da alma rebuscados com um toque especial que o cinema traz.

Elaine Almeida

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